quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Agora, enquanto escrevo, há gente que se apaixona. Gente a encontrar-se, a olhar-se olhos nos olhos e a tentar ver o que a outra pessoa tem que ela não tem. Um monte de gente, cheia de vontade de começar tudo de novo, sem riscos, sem arranhões.
Tudo por causa de viver um amor.
Enquanto escrevo, há gente que se está a separar, gente que já viveu tudo que tinha para viver junto de uma pessoa, gente que viu o seu relacionamento passar por fases de alegria e tristeza, gente que lutou, que se humilhou na tentativa de não perder o que já estava perdido, gente que sofre por uma separação, gente com um coração partido, com medo de encarar o futuro, com medo da solidão e da saudade.
Neste preciso minuto, enquanto escrevo, há gente solitária que está a sofrer, gente a olhar pela janela, gente metida na cama num belo dia de sol, gente colada ao telefone para ver quando o seu grande amor telefona, gente que espera um milagre, um acontecimento especial onde chega a pessoa que á tanto tempo esperamos.
Precisamos de alguém que nos mude a vida por completo, precisamos de alguém que nos dê formigueiros na barriga, precisamos de amar, amar até não puder mais e mesmo assim continuar a amar.
Mas também existe pessoas que estão muito bem, e muito felizes, gente a dormir abraçada, gente a trocar palavras doces ao telefone, gente a planear o futuro, gente a pintar as paredes da casa nova, mulheres a experimentar o vestido de casamento, gente a sorrir para a lua, gente feliz por ter a pessoa certa ao seu lado, gente que respondeu ao desafio do amor.
Há gente que deve estar a pensar nos amores que já se foram, gente a olhar para fotos e cartas antigas, gente que sonha com quem já morreu, gente a pensar no porquê do afastamento, gente a pensar no quão era bom quando aquela pessoa estava lá, gente com saudades de um único jeito de olhar, de falar, de tocar, de sentir, gente com vontade de fazer o tempo recuar só para tudo ser tão bom como quando o amor estava por perto.
Depois, há gente como eu, que pensa sobre o amor, que pensa como ele é um sentimento bom mas difícil ao mesmo tempo. Pensar também em como fazê-lo dar certo.
Eu não sei quanto vale um sorriso, um telefonema no fim do dia, um colo, uma massagem, um cheiro, uma aliança, um passeio de mãos dadas, um futuro. Não sei quanto vale uma atenção especial, não sei quando vale a dedicação. Não sei.Neste momento, acho que existem muita gente como eu, a tentar descobrir quanto vale um amor. Eu acho que vale muito e em alguns casos vale mesmo tudo.
Só espero que as minhas apostas para o futuro não sejam altas de mais.


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